Esparta e Atenas


Esparta e Atenas foram as principais cidades-estado da Grécia Antiga, cada uma com a sua forma de governo e seu modo de ver o mundo. Suas diferenças somadas à grande importância de ambas tornaram inevitável um conflito entre elas.

Esparta

Foi fundada pelos dórios no século IX a.c., na planície da Lacônia, na península do Peloponeso. A sociedade espartana era extremamente conservadora e o Estado não permitia reformas sociais que viessem a abalar o status da classe dominante.

A cultura em Esparta era essencialmente voltada ao aspecto militar. Os espartanos começavam a ser preparados para a guerra desde o seu nascimento, sendo comuns os casos de assassinato de recém-nascidos que possuíssem alguma deficiência que prejudicasse sua posterior formação de guerreiro.

O respeito às ordens e à hierarquia eram valorizados acima de tudo, bem como a disciplina, e a educação dos jovens espartanos era feita sempre a partir de fundamentos militaristas.

A sociedade espartana

A sociedade espartana estava dividida da seguinte forma:

  • Espartanos: classe social dominante e dirigente de Esparta. Eram donos das melhores terras e se dedicavam exclusivamente à vida militar;
  • Periecos: eram livres, possuíam terras, mas não tinham direitos políticos. Não podiam casar com espartanos e trabalhavam na agricultura, no comércio e no artesanato, além de pagar impostos aos espartanos;
  • Hilotas: compunham a grande massa da população. Eram servos do Estado e estavam ligados à terra que cultivavam.

Organização política de Esparta

No que diz respeito à organização política de Esparta, era formada
pelas seguintes instituições ou organismos:

  • Diarquia: dois reis hereditários que possuíam grande prestígio, mas tinham pouca influência política. Cuidavam dos negócios internos e externos, porém apenas com poderes religiosos e militares;
  • Gerúsia: conselho de anciões, composto pelos dois reis e 28 nobres com mais de sessenta anos. Tomava todas as decisões importantes, criavam novas leis, fiscalizava o governo e atuava como tribunal supremo;
  • Apela: assembleia de cidadãos com mais de trinta anos. Era convocada pela Gerúsia e podia aprovar ou reprovar suas decisões, mas não podia propor nada de novo.
“Jovens espartanos exercitando-se”, tela de Edgar Degas (1860)

Atenas

Ao contrário de Esparta, Atenas era uma democracia, em que todos os cidadãos podiam votar e assim participar do governo da cidade, situada na península da Ática, que foi ocupada pelos jônios desde o século X a.C.. Contudo, eram considerados cidadãos apenas os homens maiores de 21 anos e atenienses.

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A formação do cidadão era a base da educação, para que estes pudessem participar da melhor forma da política e da vida em Atenas. As ciências e as artes eram bastante valorizadas.

O Paternon, em Atenas. Foto: Wikimedia Commons – User:Mountain

Sociedade ateniense

A sociedade ateniense estava dividida da seguinte forma:

  • Eupátridas: eram os cidadãos. Aqueles cujos antepassados foram os fundadores de Atenas. Significava “filhos de cidadãos”;
  • Metecos: eram os estrangeiros, que não possuíam privilégios políticos. Podiam, entretanto, exercer atividades sociais e intelectuais;
  • Escravos: compunham quase 50% da população.

Organização política de Atenas

Atenas era formada pelas seguintes instituições ou organismos:

  • Eclésia: era a Assembleia Popular, dela participavam todos os cidadãos. Nela eram feitas as leis e resolviam-se todos os negócios da cidade;
  • Bule: era o Senado ou conselho dos Quinhentos, que preparava os projetos de leis para serem votados pela Eclésia. Seus membros eram escolhidos por sorteio e tinham mandato de um ano;
  • Heleia: era o principal órgão judiciário, uma espécie de Tribunal Popular. Seus integrantes eram escolhidos por sorteio entre cidadãos.

Legisladores atenienses

Os mais conhecidos são Drácon, Sólon, Psistrato e Clístenes, que procuram abrandar os conflitos sociais que explodem a partir de 700 a.C., decorrentes do endividamento dos camponeses, pressão demográfica, ascensão dos comerciantes e arbitrariedades da nobreza.

Drácon: em 624 a.C., publica leis para impedir que os nobres interpretem as leis segundo seus interesses. Mesmo assim, a legislação é considerada severa, daí a expressão draconiana, mas é o primeiro passo para diminuir os privilégios da aristocracia.

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Sólon: em 594 a.C., anistia as dívidas dos camponeses e impõe limites à extensão das propriedades agrárias, diminuindo os poderes da nobreza, reestrutura as instituições políticas, dá direito de voto aos trabalhadores livres sem bens e codifica o direito.

Guerra do Peloponeso

Esparta e Atenas são protagonistas de uma guerra entre as cidades-estado gregas.

Atenas, engrandecida pelo importante papel que assumira na guerra contra os persas, organizou uma liga de cidades, a Liga de Delos, para manter uma força naval permanente, a fim de proteger os gregos contra o novo ataque persa.

Na verdade, os atenienses manipulavam a liga em favor de seus próprios interesses econômicos. Uma disputa entre Atenas e Corinto, por questões de comércio marítimo, foi o pretexto para que Esparta, entrando em defesa de Corinto, iniciasse uma guerra contra Atenas.

Em 431 a.c., Esparta e Atenas e seus respectivos aliados empreenderam
uma longa luta. No final, Esparta saiu vitoriosa e tornou-se senhora das cidades gregas (404 a.c.).

Foto de capa: Pintura de um vaso espartano, em Wikimedia Commons – Jastrow (2006).

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