Povos Bárbaros


Os povos bárbaros inicialmente se encontravam além das fronteiras do Império Romano. O termo “bárbaro” foi dado pelos romanos para esses estrangeiros que não falavam o latim.

Migrações bárbaras

Os imperadores romanos do século IV, lutando contra a decadência do império, permitiram que os povos bárbaros, especialmente os germanos, nele se fixassem como aliados (soldados, colonos, operários, etc.).

Além da chegada pacífica, os bárbaros muitas vezes se introduziram no império de forma violenta.

Essas migrações bárbaras, seguidas de invasões, foram responsáveis pela fragmentação do Império Romano e a criação de vários reinos.

Migrações bárbaras em território romano entre os séculos IV e V. Imagem: Wikimedia Commons – Voelkerwanderungkarte

Principais povos bárbaros

Os principais povos bárbaros eram:

  • Celtas: indo-europeus que habitava a Europa Central e a Europa Oriental;
  • Eslavos: russos, polacos, tchecos, sérvios, bósnios, etc.;
  • Tártaro-monóis: hunos, turcos, búlgaros, húngaros, etc.;
  • Gernanos: vários povos de origem indo-euroéia, como visigodos, ostrogodos, hérulos, anglos, saxões, francos, etc.

Os Francos

Na fase final do Império Romano, tribos germânicas se instalaram no norte da Itália e no centro da atual França, originando o Reino dos Francos, que se tornou o reino mais importante da Alta Idade Média europeia.

A primeira dinastia dos francos, os merovíngios, deve seu nome a Meroveu, herói franco na Batalha dos Campos Catalúnicos, contra os hunos de Átila. Contudo, considera-se Clóvis, neto de Meroveu, o responsável pela criação do Estado franco.

Após diversas conquistas, Clóvis se converteu ao cristianismo, sendo batizado na catedral de Reims, por São Remígio. Graças a essa conversão, Clóvis ganhou o apoio do clero católico e da maior parte da população da Gália.

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Após sua morte (511), começaram os conflitos internos entre a monarquia unitária e a nobreza, resultando na formação de três reinos distintos. Em 613, ocorreu a reunificação do reino, mas a monarquia se enfraqueceu e o declínio do poder merovíngio acelerou.

Em 751, Pepino, o Breve, destronou o último rei merovíngio, e consolidou a dinastia carolíngia, cujo nome se deve a seu maior expoente, Carlos Magno. 

Atendendo apelo do Papa, Pepino derrotou os lombardos na península Itálica e colocou Roma sob sua proteção. Após novas campanhas
vitoriosas, obrigou o rei Lombardo a devolver os territórios romanos conquistados.

Os territórios foram entregues ao Papa para que constituíssem, junto com o ducado de Roma, o Estado Pontifício.

Em 768, Pepino dividiu o reino entre seus dois filhos, mas a morte prematura de um deles deixou o reino em mãos de Carlos Magno.

Carlos Magno tornou-se o rei dos francos e imperador do Ocidente. Durante os 46 anos de seu reinado, promoveu grande desenvolvimento cultural e realizou mais de 50 guerras, para expandir o cristianismo e impor sua hegemonia no ocidente.

No natal de 800, foi coroado imperador do ocidente pelo papa Leão III, que disse: “A Carlos Magno, coroado por Deus, vida e vitória”, consolidando o Sacro Império Romano Germânico. Foi canonizado em 1165.

Divisão do Reino Franco

Luis I, o Piedoso, sucessor e filho de Carlos Magno, se fez coroar pelo papa Estevão IV, contudo disputas e guerras sucessórias envolveram os filhos de Luis I e resultaram na divisão do Império Franco.

Em 840, os irmãos Luis, o Germânico, e Carlos, o Calvo, uniram-se contra Lotário, o primogênito herdeiro. A aliança foi reforçada pelo Juramento
de Estraburgo, o mais antigo documento redigido em alto alemão e francês antigo.

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A guerra entre irmãos terminou em 843, com o Tratado de Verdun, pelo qual o império Franco permaneceu dividido em três reinos. A divisão prolongou-se até 987, quando Hugo Capeto foi eleito e coroado rei da França.

Os Vândalos

Oriundos das regiões do mar Báltico, habitavam a Eslováquia, atravessaram a Gália e chegaram à Hispania em 409. Em 429, cruzaram o estreito de Gibraltar e fundaram um reino na Tunísia.

Em 442, conquistaram a soberania, constituindo o primeiro reino germânico em território romano ocidental. Eram conhecidos pelas pilhagens e destruição – por isso o termo “vandalismo – que realizam em suas incursões, dominaram o Mediterrâneo.

Em 455, invadiram Roma e roubaram os tesouros romanos. Em 534, o reino vândalo da África foi destruído pelos Bizantinos.

Os Visigodos

Instalaram-se inicialmente às margens do mar Báltico, empreenderam a busca de novas terras a partir do século II. Em 376, ocuparam territórios na bacia do Danúbio.

No final do século IV, realizaram incursões de pilhagem nos Bálcãs e no Peloponeso.

Em 410, os visigodos tomaram e saquearam Roma. Expandiram-se pela Hispânia e tentaram conquistar a Gália, entrando em choque com os francos a partir de 507.

Os Lombardos

Os lombardos migraram de suas regiões de origem, na Escandinávia, para as margens do Elba, onde fundaram o seu primeiro reino na região do Danúbio.

Invadiram a península Itálica e formaram seu segundo reino em 568. Dividiram a soberania da península com o Império Bizantino e criaram ducados com autonomia frente à coroa.

Convertidos ao catolicismo, reunificaram o reino. Em 751, o rei Lombardo Astolfo pôs fim ao domínio bizantino na Itália central.

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Em 773, Carlos Magno conquistou o reino e o incorporou ao Império Franco, a pedido do Papa.

Os Vikings

Também chamados de normandos, os vikings habitavam a região nordeste do mar do Norte e as terras ocidentais do mar Báltico, onde constituíram os os reinos da Dinamarca, Noruega e Suécia.

No século X, iniciaram sua expansão rumo às ilhas britânicas, litoral norte dos reinos francos, península Ibérica, Mediterrâneo e territórios dos eslavos e bálticos.

Utilizavam um novo tipo de embarcação, com mastro a vela, o que permitia a navegação em alto-mar e o alcance de longas distâncias. Em 982 chegaram à Groenlândia e presume-se que no ano 1000 atingiram uma franja no norte da América.

Os Anglo-saxões

Ao deslocar-se para as ilhas britânicas, em 450, os anglo-saxões fundaram sete estados. Diante da expansão dos vikings, o rei Edgard conseguiu unificar os reinos em 959.

No entanto, o reino não resistiu à invasão dos dinamarqueses em 1013. Canuto, eleito soberano em 1016, uniu a Dinamarca e a Inglaterra num só reino, para a formação de um império marítimo nórdico.

A dominação normanda aconteceu sob o comando de Guilherme, o Conquistador, em 1066, que venceu a batalha de Hastings.

Os Hunos

Povos bárbaros

“Os hunos lutando contra os Alanos”. Tela de Johann Nepomuk Geiger 1870, em Wikipedia Commons

Povo de origem asiática, que possuía organizações sociais e políticas de cunho militar. Os khan, ou príncipes, constituíam os chefes eleitos. 

Em 441, Átila converteu-se no khan supremo dos Hunos, incorporou germanos e romanos aos seus exércitos, avançou contra Bizâncio e invadiu a Gália.

Após sua morte, em 453, os hunos foram aniquilados pelos germanos.

Imagem de capa: “Genserico saqueando Roma”, tela de Karl Briullov (1833-1836), em Wikimedia Commons.

 

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